terça-feira, 28 de setembro de 2010

De uma jovem, como você.



Estamos em uma sociedade que se tornou escrava de sua suposta "autossuficiência". Mas o pior de tudo não é viver nessa sociedade. É aceitá-la, é se acomodar. Nem mesmo a juventude, conhecida sempre por ser tão impulsiva, tão presente, reinvindica: movimentos de PJ, jovens de geração de maio de 1969, caras pintadas nos parecem algo totalmente distante. Não temos mais a coragem de sonhar, parece que perdemos a fé em dias melhores.


Mudar o mundo: sonho de muitos, ação de poucos. Queremos um mundo mais justo, fraterno e amoroso, porém, o que fazemos para transformá-lo? Temos fé que um dia conseguiremos? "A criação geme em dores de parto" (Rm 8,22). O mundo, criação de Deus, geme: pela dor do preconceito, da insegurança, da indiferença; quantos são os sonhos que foram apagados pela incredulidade em dias melhores?


Precisamos de fé: a fé ri diante da impossibilidade. Somos feito conchas, que emitem o som do mar apesar do tamanho. Assim são as pessoas: parecem mínimas comparadas a imensidão do Universo, mas possuem uma capacidade inimaginável.


A grandiosidade é algo assustador, porém devemos ter em mente que temos a capacidade de escolher: a escolha direciona o caminho, tem a capacidade de definir o presente e transformar o futuro, se é que o futuro existe: a verdade é que o único momento sob qual temos total controle é o agora, por isso é chamado de presente. O amanhã nem mesmo chegou, o ontem já passou, aproveitemos então o agora, momento de ação e tranformação.


Alguns irão dizer, "o que faz com que a concha emita tal som é o seu formato". Devemos nos deixar moldar pela realidade, pelas pessoas ao nosso redor, mas principalmente pelo amor, pelo amor maior de Deus. Por amor, fazemos loucuras, e sem amor, nada faz sentido: necessitamos de amor a vida, amor ao planeta, amor aos nossos sonhos.


O mundo nos tenta, e nós, como jovens, devemos reagir: fazer uma revolução contra a acomodação, a favor da esperança. Como diria Jean Bastairre: "Esperança significa renovar o mundo; É atitude daquele que não deixa apagar a luz que o guia, ainda que muitas tribulações o aflijam. É preciso acreditar loucamente, esperar para além de toda a esperança, amar com ternura inesgotável."


A verdadeira revolução não está em armas, em rifles, mas nas idéias, na mudança de atitude. "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar" (Rm 12,2). Mudemos nossa maneira de agir: menos palavras vazias, mais ação!


Rumo a essa nova mentalidade, a um novo mundo, o DNJ 2010 nos propõe: Juventude: muita reza, muita luta e muita festa, em marcha contra a violência. Em uma marcha contra a violência do extermínio, da pobreza, da exclusão, da opressão, do preconceito, do desemprego, da falta de educação e de direitos.


Sem dúvidas, não é uma marcha fácil. Mas coragem juventude! Precisamos de corações novos para um mundo novo. Te proponho então 3 R's: Reinvente seu modo de encarar a vida, o jeito de enfrentar os problemas, seus relacionamentos; Renove sua fé, suas crenças, sua alegria, sua crença no futuro; Ressucite a fraternidade e o amor no seu coração, renovando seu olhar sobre a vida. Renovemos nossos corações para alcançar um mundo novo. Juntos somos mais, somos muito mais!



"Ninguém te menospreze por seres jovem. De tua parte, procura ser para os que crêem um exemplo, pela palavra, pelo modo de proceder, pelo amor, pela fé, pela castidade. Até que chegue aí, dedica-te a leitura, à exortação, ao ensino. Não te descuides do carisma que está em ti, que foi te dado mediante uma profecia acompanhada da imposição de mãos dos presbíteros. Reflete bem nisso, ocupa-te destas coisas, para que o teu progresso seja manifesto a todos. Presta atenção quanto a ti e o que ensinas. Persevera nessas disposições e nessas práticas. Agindo assim, salvarás a ti mesmo e aos que te ouvem." (1 Tm 4, 12-16).



De uma jovem, como você.

Débora Pazini